Antiga Vila, encaixada numa pitoresca concha da Serra,
alcandorada sobre o Rio Ceira, perto da sua nascente, entre
altos e gigantescos penedos de quartzito, cuja configuração faz lembrar antigos castelos naturais. Quem quiser fazer alpinismo e escalar estes penedos poderá usufruir de um espectáculo único.
As obras de requalificação da aldeia começaram em Setembro de 2003 e abrangeu, além de espaços públicos, imóveis particulares. Os proprietários demoliram, voluntariamente, parte dos seus imóveis e
Fajão ganhou uma aura mais pitoresca.
A aldeia, viveiro de cultura, tem o seu próprio museu, que ficou com o nome do Monsenhor Nunes Pereira. O espólio inclui xilogravuras, aguarelas de Fajão e objetos pertencentes à história da aldeia (como o seu primeiro telefone público).
Mas há mais para ver e fazer em Fajão. Desde o típico forno comunitário, ao lavadouro público, passando pela antiga escola primária, dos tempos do Estado Novo. A natureza envolvente é também um ex-libris da aldeia. Dali quase se vê a nascente do Rio Ceira, um afluente do Mondego.
Vá ao adro da igreja, sinta a frescura da Fonte Velha. Percorra os pátios do largo da cadeia e do Museu Monsenhor Nunes Pereira para chegar ao topo da aldeia. Lá a piscina aguarda os dias de Verão. No percurso tome atenção às
tramelgasque escondem as fechaduras, bem como outros pormenores arquitectónicos singulares. Acompanhe a história contada nos painéis de ardósia que remetem para os
"Contos de Fajão". Siga os passos das suas personagens, sente-se à mesa delas e descubra porque é que a gastronomia é um dos atrativos maiores de Fajão.
A
rede wireless “centro.natureza” está disponível de forma totalmente gratuita. Este ponto wireless, cofinanciado pelo Turismo do Centro de Portugal, foi criado no âmbito do programa Valorizar promovido pelo Turismo de Portugal e que visa o apoio ao investimento na promoção da qualificação do “destino turístico Portugal”.
situada em uma muito pitoresca concha da serra do mesmo nome, alcandorada sobre o rio Ceira, perto da sua nascente, entre altos e gigantescos penedos de xisto, cuja configuração oferece o aspecto impressionante duma cidade morta, troglodita, escavada de cavernas e castelos naturais (Penalva, Forno, Igreja dos Mouros e Porta da Falsidade). Quem quiser fazer alpinismo e puder andar por entre estes penedos gozará dum espectáculo verdadeiramente estranho, singularmente belo, e terá a ilusão não sabemos se dum convulsionado afloramento do Inferno de Dante, visto por Gustavo Doré, se de ossadas de gigantes de outro planeta que rolassem do céu, de escantilhão, e ali ficassem espantosamente estáticos, suspensos sobre o abismo de soutos e ervedais centenários. E quem no mais alto da serra subir à Rocha, a 1186 m. de alt., poderá então contemplar para oriente, sul e poente, o deslumbrante panorama de dilatados horizontes que vem lá do fundo da Beira Baixa e da Estremadura, num mar de serras pardas, amarelas, azúis e violetas, cuja ondulação lembra uma grande cavalgada que se levanta a carregar sobre a Estrela.
Fajão exibe as suas casas em xisto, exemplos da arquitectura típica da zona. Possui uma
malha urbana complexa. Toda ela conflui, de forma sinuosa, para o adro da Igreja Matriz. O declive em que se foi implantando é atenuado por vielas oblíquas com rampas e degraus. O material de construção predominante é o xisto - ora de tom escuro, ora de tom quase ocre - e de quando em vez, o quartzito. Embora algumas fachadas estejam rebocadas e pintadas, são predominantemente utilizadas
cores tradicionais (branco e ocre) o que dá uma forte identidade à imagem da aldeia.
Fajão recebe-nos com a hospitalidade das suas gentes e com a beleza surpreendente das suas casas. Cada uma tem uma história feita de pequenos pormenores e de configurações inovadoras que respeitam e elogiam as linhas tradicionais.
É preciso andar devagar e apreciar o namoro entre o xisto e as madeiras de portas e janelas, ou reparar como a cor das paredes parece iluminar todas as ruas por dentro, e que todas elas nos guiam para a luz dos espaços mais amplos. No exterior destacam-se os telhados em lousa e as carpintarias de linhas sóbrias. As janelas de vidro inteiro e duplo, com portadas interiores, conferem leveza a toda a estrutura dos edifícios. As portas, encimadas por padieiras em madeira, apresentam em alguns casos um tradicional postigo de vidro. Aqui e ali, algumas paredes rebocadas e pintadas de amarelo-torrado alegram a vila com um colorido pontual. Aprecie as aldrabas, os postigos e cercas, as cimalhas e as paredes curvas, as fontes ou as varandas.
O
património religioso não pode faltar e a Aldeia de Fajão não é exceção. Há a Igreja Matriz, dedicada a Nª Sr.ª da Assunção, cuja construção se iniciou em 1788 e se concluiu no ano seguinte. Lá dentro encontramos uma série de imagens religiosas, todas datadas do século XVI. Ainda há duas capelas, modestas mas pitorescas, que vale a pena visitar.
Há ainda a antiga casa da Câmara, que também serviu como Tribunal e Cadeia. Embora mantenha a planta original, está reconvertido em unidade de alojamento. Também é imperativa a visita à antiga escola primária, edifício tão típico do imaginário português do século XX e o lavadouro público. Algumas casas particulares do século XIX, também merecem ser visitadas. Datam de 1869, 1881 e 1825. A Fonte Velha, local de abastecimento de água da povoação, também é um sítio de interesse para visitar. Situa-se abaixo do adro da igreja. E, claro, como património cultural, Fajão tem o museu Monsenhor Nunes Pereira. É do interesse que quem quer aprofundar um pouco o seu conhecimento sobre a história da aldeia, apreciando ao mesmo tempo obras de arte feitas em xisto.
Ainda merecem destaque:
- Capela de Nossa Senhora da Guia
- Capela de São Salvador
- Antiga Casa da Câmara, Tribunal e Cadeia
Embora mantenha a planta, desde que foi vendido a particulares sofreu várias intervenções que transfiguraram a sua antiga feição, nomeadamente ao nível dos vãos. Actualmente o edifício alberga uma unidade de alojamento.
- Casas particulares do séc. XIX
A Rua da Liga de Melhoramentos da Freguesia de Fajão possui algumas casas particulares exibindo pedras com inscrições que as datam:
- "1869 / J. T."
- outra com "1881 / J. A. S."
- adiante outra com "I. M. N. 1825"
- Antiga Escola Primária
Edifício construído no âmbito de uma intervenção geral no País denominada "Plano dos Centenários" com a qual o Estado Novo pretendeu facultar a instrução a todas as crianças. A iniciativa era desenvolvida em articulação com as Câmaras Municipais.
- Lavadouro público
Este equipamento, da década de 50 ou 60 do séc. XX, mantém inalteradas as suas características arquitectónicas e materiais construtivos.
- Fonte Velha
Situa-se abaixo do adro da igreja, ponto de água que terá sido determinante para o estabelecimento do povoado neste local.
- Alminha
Localizada na estrada para o Rio Ceira, apresentando uma xilogravura datada de 2000 da autoria de Monsenhor Nunes Pereira, com a inscrição “Pelas almas P.N.A.M.” (Padre Nosso Avé Maria).