Aldeia mais bonita de Portugal


SORTELHA

Sortelha é uma das mais belas e antigas vilas portuguesas, tendo mantido a sua fisionomia urbana e arquitetónica inalterada até aos nossos dias, sendo considerada uma das mais bem conservadas. A visita pelas ruas e vielas do aglomerado, enclausuradas por um anel defensivo e vigiadas por um sobranceiro castelo do séc. XIII, possibilita ao forasteiro recuar aos séculos passados, por entre as sepulturas medievais, junto ao pelourinho manuelino ou defronte igreja renascentista.




Coroada por um castelo assente num formidável conjunto rochoso a 760 m de altitude, Sortelha mantém intacta a sua feição medieval na arquitectura das suas casas rurais em granito. Implantada num maciço granítico junto à Serra de Opa, Sortelha é um pequeno povoado que manteve a sua traça medieval.

O encanto desta aldeia reside na sua atmosfera medieval, onde as casas todas construídas em pedra de granito e geralmente de um só andar, se alicerçam na rocha e acompanham a topografia do terreno. Fora das muralhas cresceu uma outra aldeia moderna, infelizmente em moldes arquitectónicos desenraizados da tradição.



As casas, cercadas pelas muralhas do imponente castelo, acompanham a irregularidade do terreno. O local onde está estabelecida, cuja disposição de difícil acesso facilitava a defesa face a ataques inimigos, sempre mostrou evidentes vantagens estratégicas militares, pelo que foi sucessivamente ocupada desde o Neolítico.

À primeira povoação castreja seguiram-se as ocupações romana, visigoda e muçulmana, até que depois da Reconquista Cristã a proximidade de Sortelha com o vizinho reino de Castela se revelou fundamental para que D. Sancho I incentivasse o seu repovoamento. D. Sancho II, que em 1228 lhe outorgou foral, mandou edificar o castelo no topo de um impressionante levantamento granítico.



Mais tarde, a torre de menagem e a alcáçova foram reforçadas pelas muralhas ovais que ainda hoje protegem o casario da vila, construídas possivelmente por ordem de D. Dinis. O venturoso rei D. Manuel renovou o foral e mandou construir um pelourinho no sopé da fortificação, na mesma época em que a povoação lentamente se expandia para fora das muralhas.

Sortelha mantém o seu legado medieval, o casario que se espraia como um regular anfiteatro de granito aninhado entre as muralhas, à sombra da silhueta altiva da torre de menagem, memória das estórias da primeira história de Portugal. Esta é, provavelmente, a aldeia mais bonita de Portugal.

Vila fronteiriça de fundação medieval, com foral concedido em 1228, Sortelha só perderá este estatuto concelhio com a reorganização administrativa feita pelo estado liberal no séc. XIX. A antiga vila constitui um espaço urbano medieval (séc. XIII-XIV), que encontra nas necessidades defensivas e na organização militar do espaço a sua matriz essencial, bastante alterada com as intervenções ocorridas no período manuelino (séc. XVI) e na centúria de seiscentos. Semelhante estrutura ainda hoje é observável, porque, desaparecidas as exigências defensivas que estão na origem e posterior utilização do castelo medieval, a sua população preferiu progressivamente instalar-se num arrabalde, em zona mais fértil e menos acidentada, não sofrendo portanto o espaço dentro de muros adaptação considerável às condições de vida dos séculos mais recentes.



Dois espaços fundamentais configuravam Sortelha. No ponto mais elevado, sobranceiro ao vale e na vertente mais inacessível, situa-se o Castelo: era o pólo exclusivamente militar, bem marcado pelo perfil destacado da Torre de Menagem; no seu interior ainda se pode ver a Cisterna, para o abastecimento de água e uma Porta Falsa. A serpentear o cabeço e tomando-lhe a forma oval, levantou-se a muralha, no seio da qual se estabeleceu a população da antiga vila. Espaço fechado, comunicava com o exterior por portas abertas a Este - Porta da Vila , Oeste - Porta Nova e Noroeste - Porta Falsa, tendo ainda uma saída de recurso junto ao Castelo. O perímetro defensivo contava além do mais com a Torre do Facho, bem como com outra torre de vigia na Porta da Vila.

A mancha construída revela laboriosa adaptação à extrema irregularidade topográfica, apresentando o conjunto uma disposição em anfiteatro. A malha urbana, pouco densa e composta por quarteirões muito irregulares, estrutura-se a partir de um eixo principal, de ligação entre as portas da Vila, composto pela Rua da Fonte e Rua Direita. Como espaços urbanos mais significativos surgem: o Largo do Corro, amplo terreiro aberto à entrada nascente da Vila, onde se ergue uma árvore secular e se destaca uma Fonte de mergulho medieval ou quinhentista; o Largo do Pelourinho, onde se localiza a Casa da Câmara e Cadeia e o Pelourinho, constituindo além do mais a zona de acesso ao Castelo; o Largo da Igreja, de limites imprecisos e que funciona como articulação viária entre a Rua da Fonte e a Rua Direita; e por fim, um espaço muito específico, formado extramuros, junto à Porta Nova: ladeando o troço da Calçada Medieval, ligação antiga da vila à Ribeira da Cal ao Casteleiro, encontram-se as ruínas da Igreja de Santa Rita, o antigo Hospital da Misericórdia, do séc. XVII (reaproveitamento de uma gafaria medieval) e, junto ao cemitério, a Capela de Santiago.




No que respeita à habitação, domina a casa de dois pisos, construída com materiais da região. Tem planta retangular, localizando-se a loja no piso térreo e a habitação no superior. O acesso faz-se por escada interna de tiro em madeira, ou através de escadas exteriores com patamar e balcão simples, sendo raro o alpendre. O número de portas e janelas é reduzido ao essencial, e muito pontualmente surgem decoradas (janela manuelina, moldura de meia cana, elementos estruturais biselados). Nesta arquitetura rude e discreta destacam-se algumas habitações por na fachada exibirem pormenores mais cuidados e que ,por vezes, correspondem a uma singular identidade social do ocupante - Casa do Escrivão, Casa do Governador e Casa do Juiz.


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