Conhecida aldeia do anel dentro das muralhas do castelo no topo de um monte a 760 metros
Sortelha é uma das mais belas e antigas vilas portuguesas, tendo mantido a sua fisionomia urbana e arquitectónica inalterada desde o renascimento até aos nossos dias.
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O casario que hoje visitamos no interior das muralhas é um dos núcleos mais bem conservados do nosso país e preserva a traça de casas, e ruelas, da Sortelha quinhentista. Nessa centúria, muitas das casas foram ampliadas, com mais um piso, e algumas com os aros de portas e janelas de vértices biselados, enquanto outras aplicaram lintéis decorados com um arco canopial (arco apontado, formado por duas curvas convexas e duas côncavas) como aquele de uma das janelas no início da Rua da Fonte. São também comuns em Sortelha as mísulas laterais, que serviriam para colocar vasos de flores.
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Uma rua principal une ambas as portas nascente e poente, a chamada Rua Direita, que não sendo direita é directa entre ambas saídas. Algumas destas casas serão ampliadas durante o séc. XVI e XVII com a construção de escadarias exteriores, uma ou outra, alpendradas, que conduziam a um segundo piso, em contraste com a habitação medieval, maioritariamente térrea. Se entrarmos pela Porta da Vila encontramos uma dessas casas de alpendre, a Casa Um, virada para o Largo do Corro. Neste primeiro largo um centenário lodão (Celtis australis) saúda o visitante, enquanto ao fundo do largo ainda sobrevive uma fonte de mergulho, medieval, mas actualmente fechada.
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Mais acima, a Casa da Câmara é uma construção sóbria do século XVI, enquadrada num largo, que dá acesso ao Castelo e onde se implantou, no mesmo século, o pelourinho. Se atravessarmos Sortelha e sairmos pela Porta Nova encontramos os vestígios da calçada medieval e as ruínas da Igreja da Misericórdia. Também conhecida por Igreja de Santa Rita ou de São João, foi construída nos inícios do século XIV. A ela se encontra associada uma extensa necrópole (cemitério) da qual são visíveis algumas das 133 sepulturas escavadas na rocha identificadas. Ali perto está a capela de Santiago, de construção quinhentista, originalmente com porta para o caminho, mas na actualidade, apenas acessível pelo cemitério.
Entre as singelas casas de arquitectura popular destacam-se algumas habitações por na sua fachada exibirem pormenores, mais cuidados, correspondendo a uma singular identidade social do seu dono, entre elas: a Casa do Escrivão, a Casa do Pároco, a Casa do Governador e a Casa do Juiz.