Sortelha é uma das mais belas e antigas vilas portuguesas, tendo mantido a sua fisionomia urbana e arquitectónica inalterada desde o renascimento até aos nossos dias. A visita pelas ruas e vielas do aglomerado, enclausuradas por um anel defensivo, e vigiadas por um sobranceiro castelo do século XIII, possibilita ao forasteiro recuar aos séculos passados, por entre as sepulturas medievais, junto ao pelourinho manuelino ou defronte à igreja renascentista.

 

Vila fronteiriça de fundação medieval, com foral concedido em 1228, Sortelha só perderá no século XIX este estatuto concelhio com a reorganização administrativa feita pelo estado liberal.


Referida na documentação mais antiga como Pena Sortelha, o seu castelo roqueiro terá sido construído nos inícios do séc. XIII, formando uma pequena cidadela de 670m2 acessível, desde o exterior, por um postigo, virado para sul, conhecido como Porta da Traição. O castelo foi reforçado por uma Torre de Menagem, autónoma, comum nos castelos românicos mais antigos. 




 
 
 
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Em 1209 já existiriam aqui algumas estruturas habitacionais e militares, estas últimas com amplo controlo visual do vale. Na Idade Média as dificuldades de repovoamento da zona promoveram a atribuição régia de forais, garantindo assim, a defensa de uma fronteira em sobressalto pela pressão do Reino de Leão, que detinha o extenso alfoz da vila fortificada do Sabugal.







O foral é-lhe atribuído em 1228, por D. Sancho II, época em que terá sido construído o castelo, ou cidadela. Esta última corresponde a um castelo roqueiro, românico-gótico, com intervenção pontual do período manuelino, enquanto as muralhas, algo anteriores ao castelo, foram construídas tendo por base duas paredes fortes e paralelas, a modo de cofragem, entre as quais se preenchia o espaço com pedra grossa e gravilha.







A cidadela, situada no limite sul do perímetro amuralhado, tem uma torre de menagem situada no centro do recinto. De planta quadrada é maciça até à porta e conta com três seteiras. Como dado curioso referir um tabuleiro do Jogo do Moinho esculpido no maciço onde assenta esta torre. Também no interior deste castelo se conserva uma cisterna.







O acesso ao interior do castelo é assegurado por uma porta de arco abatido e em parte escavada no afloramento. Sobre ela, e como reforço defensivo, um balcão com mata-cães e, ao lado, as armas reais de D. Manuel I com esferas armilares. São também dignas de menção as troneiras que aí podemos observar (abertura para apoiar o tron, ou bombarda, uma peça de artilharia leve)

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