sperávamos um carvalho-alvarinho (Quercus robur L.) monumental, não um parque construído em seu redor, tão natural que parecera de sempre. Mas a autarquia da Póvoa de Lanhoso não fez por menos: protegeu o seu monumento natural numa redoma idílica, onde nesta tarde crianças de um ATL brincam em actividades de férias organizadas pelo Centro Ambiental (CA) da Póvoa de Lanhoso, que tem a sua sede num edifício moderno, cheio de vidro, aqui.
Correm como se não houvesse amanhã sobre a erva (prado) impecavelmente aparada e não têm hesitações quanto a saltarem a pequena cerca que estabelece o perímetro de segurança do carvalho-alvarinho, que acompanha a projecção da copa e corresponde às suas raízes, cuja área não devia ser pisoteada.
Afinal, trata-se de um exemplar referenciado como tendo 500 anos (o que já faz dele o mais antigo da Europa), mas que um estudo posterior da Universidade de Coimbra datou em 700 anos.
Foi há dois anos que um grupo inglês, de uma associação de apreciadores de árvores, questionou a “juventude” do carvalho; a reavaliação subsequente deu-lhes razão. “A idade não está actualizada no site do ICNF porque não demos feedback”, explica Manuela Freitas, engenheira florestal, a trabalhar no CA.
A vetustez da árvore é perceptível claramente — as dimensões não enganam (29 metros de altura para 33,90 metros de diâmetro de copa), a cavidade é imensa e os ramos desdobram-se em ramos que se desdobram em mais.
Parece que o peso da idade já é grande (foi perdendo ramos devido ao peso, mas este literal) e, com as suas escoras, lembra um respeitável ancião de muletas.
Contudo, este é mais um caso em que as aparências enganam: já cresce pouco, nota Manuela Freitas, mas em termos de vitalidade nenhuma outra árvore em redor o bate: é aquele onde as folhas primeiro rebentam e onde são mais verdes.