As 8 aldeias mais bonitas Arouca Geopark


As histórias destas comunidades, acolhidas pela montanha no seu seio, de laços fortalecidos pela tradição das vivências e pelo correr do rio Paiva ou dos cursos de água que vão cortando os montes, irmanadas pelas construções singelas e, simultaneamente, belíssimas na sua simplicidade, vão surgindo, mais do que ao correr das águas, ao correr dos tempos. Cabreiros foi vivendo tanto à sombra do Mosteiro de Arouca (apesar de retirada), como fortemente ligada à comenda de Rossas (Ordem de Malta), para não falarmos no turbilhão que por aqui passou durante a II Guerra Mundial, na corrida ao «ouro negro». As histórias foram passando, as memórias persistiram. Mais ou menos óbvias, mais ou menos disfarçadas pelo tempo.

Aldeia de Cabreiros






 

Aldeia de Cando



Embora muitos arouquenses não saibam, a aldeia do Cando ficou conhecida pelas suas louseiras, talvez as mais antigas que se conhecem em Arouca. Na margem esquerda do ribeiro do Vidoeiro, vão surgindo, à medida que a vista vai subindo, pequenos socalcos, onde campos e casas se vão arrumando, ao sabor do tempo. Aqui, muitos acreditam estarem guardados tesouros do tempo dos mouros, numa verdadeira «aldeia de xisto» que os moradores foram, ciosamente, mantendo.

Aldeia de Canelas



Foi de Canelas que saiu a maior parte do xisto e da ardósia, utilizados nas construções que dão corpo às aldeias ali próximas. Mas, se recuássemos algumas centenas de milhões de anos, encontraríamos um mar profundo, que as trilobites (gigantes) habitavam. É neste xisto, nesta ardósia, que estes animais marinhos deixaram o seu «retrato» fossilizado. E é neste xisto, nesta ardósia, que Canelas dá corpo à sua identidade. A aldeia estende-se ao correr da estrada, com os caminhos a recortarem o casario acastanhado. Os telhados cinzento-escuro vêem-se de longe, e apetece entrar e conhecer.

Aldeia de Drave



Para os que por ela se deixaram encantar, Drave é a «Aldeia Mágica», protegida pelas montanhas. Um mistério sublime, por desvendar. Sem eletricidade, água canalizada, gás, correio, telefone e telemóvel apenas a espaços, a «Aldeia Mágica» tem, por outro lado, o encanto das casas de xisto a contrastar com o caiado da capela, o murmúrio das águas da ribeira que por ali passa, o canto dos pássaros, o voo livre dos insetos. Para aqui chegar, há que percorrer um trilho de cerca de 4 quilómetros, desde Regoufe (PR14: Aldeia Mágica). Desabitada desde 2009, tem beneficiado, desde 1992, da intervenção do Centro Escutista, na reabilitação de alguns edifícios. Drave é, assim, a Base Nacional da IV Secção do Corpo Nacional de Escutas, reconhecida, desde 2012, com o selo SCENES de excelência (Scout Centres of Excellence for Nature and Environment – Centros Escutistas de Excelência para a Natureza e o Ambiente), o único reconhecimento deste tipo na Península Ibérica, num total de apenas 13 centros escutistas mundiais.

Aldeia de Janarde



De personalidade vincada, como se o rosto forte estivesse a olhar o rio com a atenção de um vigia, Janarde faz estender o seu casario de xisto ao longo de um espigão de terra, em direção ao rio. De resto, o rio Paiva tem este encanto, de fazer crescer nas suas margens estes pequenos labirintos mágicos acastanhados e cinzentos, onde as pequenas igrejas têm sempre lugar central, como a caiada capela de São Barnabé, que dá as boas vindas a quem visita Janarde. A festa do padroeiro continua a ser organizada pelas gentes da aldeia, de forma a manter-se como um dos pontos altos da vida comunitária. Janarde, como a generalidade das aldeias tradicionais que pontuam este lado do Arouca Geopark, já não é uma aldeia perdida.

Aldeia de Meitriz



Entre as serras de Montemuro e de Arada, abraçada pelo rio Paiva, Meitriz foi a primeira aldeia arouquense a ser considerada «Aldeia de Portugal». A cruzar a aldeia, surge, marcado, o percurso pedestre «Rota das Tormentas», mas em Meitriz não há tormentas, há calma, quietude, uma imensidão de verde e um correr cristalino de água, que reflete o acastanhado e o acinzentado da ardósia e do xisto das casas. Quando vista ao longe, a aldeia mostra ainda, com orgulho, os caminhos e os socalcos agrícolas, e a ponte, construída há não muito tempo, substitui os antigos barqueiros, que cruzavam as margens, levando pessoas e bens. Santa Bárbara, em maio, a Senhora de Fátima, em agosto, Santo António e São Sebastião, em novembro, são aqui festejados, como que agradecendo a Deus por esta pequena porção de paraíso.

Aldeia de Paradinha



Depois de serpentear pela montanha, a curva apertada deixa, à esquerda, o pequeno cruzeiro. Um pouco à frente, a pequena capela parece vigiar a aldeia, que a vista começa a encaixar, ao subir da montanha. As casas de xisto e ardósia dão ao cenário a magia que faltava, com o marulhar das águas do Paiva ao fundo. O caminho de acesso à aldeia aparece à direita, e é como se, de repente, voltássemos atrás no tempo. A Paradinha adota-nos, como se ali vivêssemos desde sempre. Voltam a ganhar vida as eiras, os canastros, os fornos e as adegas. Voltam a ganhar vida as casas. E todos os anos, em agosto, a música associa-se ao correr do rio, no concerto «Sons da Água». A Paradinha é «Aldeia de Portugal. A Paradinha vive.

Aldeia de Tebilhão



«Vila do povo», é mais ou menos o significado de «Tebilhão». A este vale em berço acorreram, no tempo do minério, muitos dos que chegaram em busca da fortuna, do «ouro negro». O regato que aqui passa tanto regava como moía, e as ruelas não são estranhas às eiras. Do denso casario, há um olhar privilegiado para Cabreiros e para os montes, verdejantes e enrugados, pontuados pelas cores da primavera, até desaguarem nos ribeiros e cursos de água que por ali vão passando.

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